sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sobre a legalização do aborto

Essa semana eu estava lendo o blog do Job Fonseca ( nosso bioma ) e ele trouxe algumas informações interessantes a cerca da legalização do aborto que eu vou copiar aqui:

"Por que o aborto é um caso de saúde pública?

Vamos à alguns fatos (nada melhor que eles para responder a indagação acima):

A cada hora 12 MULHERES são internadas no Brasil em consequência de abortos clandestinos. Só no primeiro semestre de 2010, 54 MIL MULHERES foram internadas por complicações pós-aborto. Nesse período, o governo brasileiro desembolsou R$ 12,9 MILHÕES para tratamento de mulheres que sofreram hemorragias, infecções ou perfurações em procedimentos abortivos ocorridos em clínicas clandestinas.

Fonte: Revista IstoÉ 2136. 20/10/2010, p. 48 (adaptado).

E MAIS...

Dados do ministério da saúde apontam que 5,3 MILHÕES DE BRASILEIRAS entre 18 e 39 anos tenham feito pelo menos um aborto. Sendo que mais da metade destas acabam internadas devido a complicações da intervenção.

Fonte: Revista IstoÉ 2137. 27/10/2010, p. 43 (adaptado).

VAMOS DEIXAR DE HIPOCRISIA. NÃO NOS DEIXEMOS LEVAR PELA DEMAGOGIA DE POLÍTICOS E PELOS DOGMAS MEDIEVOS DA IGREJA. SEJAMOS A FAVOR DA DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA E DE FORO ÍNTIMO."

Mais tarde o Job colocou o link de um esclarecedor texto de jerry Carvalho Borges: "Aborto no brasil: mortes em silencio". Eu li tudo e resolvi escrever um pequeno texto (em forma de comentario) com o meu posicionamento.


Caro Job,

Parabéns pelo seu blog. Acho importantíssimo que haja um lugar onde as pessoas possam discutir ideias. Tenho que admitir que depois de um ano assistindo suas aulas eu so vim dar maior atenção à esse blog agora. Achei esse texto da “ciência hoje” importantíssimo tanto pra adquirir informações quanto pra me preparar pro que pode vir no ENEM por exemplo.

Sobre o aborto faço das suas palavras minhas: “Descriminalizar o aborto é diferente de incentivar o ato”. Toda vez que eu converso com alguma amiga sobre o assunto e ela se posiciona de forma contraria à legalização eu pergunto se ela, no caso de engravidar indesejadamente, faria um aborto. A resposta é clara, ela diz "não" sem pensar duas vezes. As pessoas têm uma impressão falsa de que se alguma pratica é legalizada mais pessoas vão aderi-la e que "vai virar carnaval" . O mesmo acontece com a maconha. Na minha opinião, quem não concorda não usa. Acredito que essas praticas (tanto o uso da maconha quanto o aborto) só continuarão atraindo as pessoas que ja estavam predispostas a pratica-las independentemente de serem legalizadas ou não. A decisão de realizar um aborto “não é facil para mulher nenhuma” e não será banalizada.

Se seguirmos essa linha de raciocinio a legalização do aborto faria com que menos mulheres morressem na tentativa de evitar que uma criança indesejada venha ao mundo. Além disso seria interessante se o governo realizasse um trabalho de concientização contra o aborto dentro das proprias clinicas abortivas (legais, é claro). Seria uma forma direta e concisa de atacar o problema da banalização. Seria como manter o inimigo por perto para monitora-lo. Talvez o número de abortos diminuisse!

Outra questão é a religiosa: o Brasil é um país predominantemente católico e esta instituição parece, cada vez mais, se contradizer. Eu não entendo como a igreja catolica pode defender o direito do livre-arbitrio que Deus concedeu ao ser humano ao mesmo tempo em que condena veemente os Estados que legalizam o aborto. Acredito que a mulher tem o direito (garantido por Deus) de fazer sua escolha e esse direito não deve ser desrespeitado por homem nenhum (nem mesmo o papa). Depois de feita a escolha, daqui pra frente, a mulher tem que arcar com as concequencias de suas atitudes; inclusive um castigo divino (se é que isso existe). O desgaste psicológico que as mulheres enfrentam é um problema sério e vai continuar acontecendo independente da legalidade ou ilegalidade do aborto. Peço apenas para vocês que pensem de forma mais racional, pois mulheres e fetos continuarão morrendo por causa de uma discussão que nunca vai ter fim. Não importa quando começa a vida ou se abortar é o mesmo que matar. O que realmente importa é que mortes podem ser evitadas, não por uma proibição, mas por meio de trabalho duro.